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Artigos Diversos

Monday, December 21, 2009

LITERATURA POPULAR: OS FOLHETOS DE CORDEL DA BC/UEL:
PESQUISA, PRESERVAÇÃO E DIVULGAÇÃO.



As estagiárias do projeto Isadora Vidal Pinotti Affonso e Laís Denise dos Santos Santana participaram do 17º Congresso de Leitura do Brasil (COLE) em Campinas, em Julho de 2009.
Elas apresentaram o trabalho "Literatura Popular: Os Folhetos de Cordel da BC/UEL: PEsquisa, Preservação e Divulgação", e publicaram um artigo com o mesmo nome que pode ser lido na íntegra aqui.

Wednesday, December 02, 2009

Resenha

“Quatro livros de mestre Leota. Todos de roupa nova” de Nicodemus Pessoa.

Por Ieda Sant’Ana

Nesta matéria o autor Nicodemus Pessoa traz informações sobre a nova edição de quatro livros do cearense Leonardo Ferreira da Mota Filho, mais conhecido como Leota. O autor conta a história de Leota que nasceu em Pedra Branca, mas quando criança se mudou para Quixadá, onde se tornou um dos maiores estudiosos da cultura popular nordestina. Por todo esse prestígio recebeu uma homenagem da editora ABC que fez o relançamento de alguns de seus livros como o “Violeiros do Norte”, “Cantadores”, “Sertão Alegre” e “No Tempo de Lampião”.

Nicodemus ainda comenta que Leota, enquanto folclorista, está no mesmo nível que Câmara Cascudo. E este fez um dos prefácios de um dos livros mostrando sua grande admiração pelo escritor.

A reportagem ainda conta com trechos (estrofes) dos livros, nos quais o escritor juntou um pouco das marcadas poesias do sertão, como alguns versos de Antônio Guedes Batista e de Luís Dantas Quesado e também das poesias de anônimos. Ele também recebe elogios de sua conterrânea Rachel de Queiroz na apresentação do livro “Sertão Alegre”.

A matéria nos mostra de forma brevíssima a história do escritor folclorista e também nos traz informações relevantes acerca do que ele escreve em seus livros; ótima para leigos que almejam um primeiro contato com o grande pesquisador do sertão Mestre Leota.

PESSSOA, Nicodemus. Quatro Livros de Mestre Leota. Todos de Roupa Nova. Caros Amigos, São Paulo, n. 88, p.32, jul/2004.

Resenha

"Os 140 anos do Grande Mestre do Cordel"

Por Isadora Vidal

Nesta matéria o autor, Nicodemos Pessoa, homenageia o cordelista Leandro Gomes de Barros, pois em novembro de 2005, este completaria 140 anos de idade. Pessoa relata fatos biográficos, como o local de nascença do autor, e dá informações sobre a obra deixada por Gomes de Barros.

Pessoa relata depoimentos e escritos de outros autores sobre o cordelista e, ao citar autores como Carlos Drummond de Andrade, Câmara Cascudo e Ruth Brito Lemos Terra, consegue transmitir a importância de Leandro Gomes de Barros e de seu legado literário de pelo menos 237 títulos, segundo o autor.

Em seguida podemos ler um trecho de um folheto escrito por Klévisson Viana com uma homenagem ao grande mestre do cordel. Nicodemos Pessoa ainda apresenta um trecho de um folheto de Gomes de Barros que demonstra como o cordelista já estava cansado em seus últimos anos de vida e antes de se aposentar.

Pessoa, como de costume e de forma sintética, transmite sua mensagem e consegue dar grande notoriedade ao tema de que trata citando muitos outros autores e livros, engrandecendo o cordelista Leandro Gomes de Barros e enriquecendo o material de seu artigo.

PESSOA, Nicodemos. Os 140 anos do Grande Mestre do Cordel. Caros Amigos, São Paulo, n.104, p.44, nov/2005.

Resenha

“Jóias do repente”

Por Isabella Biz

Nicodemus Pessoa apresenta um livro que é indispensável àqueles que se interessam pela literatura popular em verso. No livro Um Século de Literatura de Cordel, editado em 2001 pelo professor Joseph Luyten, está reunido tudo o que se publicou até hoje sobre o cordel no Brasil, uma bibliografia especializada feita por meio de informações recolhidas durante anos com a colaboração de outros estudiosos.

Nicodemus retira alguns fragmentos de folhetos e introduz alguns autores presentes no livro: Zé Duda, Diniz Vitorino, Lino Pedra Azul de Lima, Pedro Nicolau, Manuel Filó, João Furiba e outros.

No final o autor relembra a homenagem da CAIXA feita a um mestre da xilogravura, Jota Borges de Bezzeros, com a impressão de suas gravuras nas capas das agendas da CEF do ano de 2005.

NICODEMUS PESSOA. Jóias do repente. Caros Amigos, São Paulo, n.97, p.44, abr/2005.

Resenha

“De quadrão, de meia quadra, e também de gemedeira” de Nicodemus Pessoa.

Por Paulo Fuzinelli

O autor Nicodemus Pessoa expõe informações acerca do quadrão, da meia quadra, do gabinete e da gemedeira. A primeira, a partir das idéias de Câmara Cascudo se relaciona a estrofes com versos ilimitados, todos constituidos de quatro decassílabos no final e a coloca como um dos gêneros mais difíceis. O próximo gênero é a o gabinete, considerada por Nicodemus, muito próxima a meia quadra e possui em sua formação versos de seis e sete sílabas, mas sem número exato de versos.

Já o quadrão, é um gênero que se constitui de estrofes de oito versos, possuindo rimas nas três primeiras, mas pode também não ocorrer desta forma, já que, segundo estudiosos, tal gênero sofreu muitas mudanças ao longo do tempo.

Por fim, o autor demonstra a gemedeira, que tem em sua essência a explicitação de temas engraçados. Durante todo o artigo, com uma linguagem de fácil acesso, Nicodemus Pessoa exemplifica perfeitamente todos os gêneros contando com o trabalho de autores como Soares do Nascimento, Lourival Batista dentre outros, propondo-se a esclarecer e demonstrar os meios e as formas que constituem a literatura popular, além de propagá-la.

PESSSOA, Nicodemus. De quadrão, de meia quadra, e também de gemedeira. Caros Amigos, São Paulo, n. 79, p.45, Out/2003.

Resenha

“Aplausos do Cordel”

Por Claudia Flora

O artigo traz vários trechos de cordelistas importados para São Paulo e que, a partir das vivências neste estado, fizeram homenagens ao mesmo falando sobre o metrô, que é algo comum para maioria dos Paulistas.

O primeiro folheto citado tem como título Trabalhando a vida em São Paulo, escrito por Cecília Maria Rodrigues Nahas, a Ciça, que veio de Rondônia para São Paulo ainda garota. Seu texto fala que para entendermos melhor São Paulo é preciso voltar ao passado, e descobrir que o povo deste local se constitui de pessoas que vieram de outras nações em busca de nova pátria e de pessoas que vieram da mesma nação em busca de novo chão. O segundo folheto é do alagoano Sinzenando Cerqueira Lima intitulado Metrô: Uma Grande Construção, o cordelista dá boas vindas ao metrô e fala sobre a sua construção dando adeus à Maria Fumaça.

São Paulo e o Seu Sistema Ferroviário escrito pelo cordelista cearense Rubenio Marcelo é o terceiro folheto citado, neste folheto ele fala de como seria difícil a vida do trabalhador se tivesse que depender dos trens da CPTM e fala com grande entusiasmo os benefícios e comodidades dos metrôs paulistanos. O último folheto tem como título CPTM e Metrô: Rapidez, Segurança e Qualidade de Vida do cearense Antônio Carlos da Silva, mais conhecido como Rouxinol do Rinaré. Neste folheto o autor fala que o metrô já tem vinte e sete anos de tradição e faz parte de um mundo globalizado, sendo assim o mais moderno e confortável trem paulista.

Pessoa nos fala um pouco sobre o ganho que foi para o estado de São Paulo a invenção do metrô e para falar sobre esse tema utiliza a literatura popular como fonte de informação, citando até mesmo alguns trechos dos cordéis para desenvolver o artigo.

PESSOA, Nicodemos. São Paulo, 453 ano. Aplausos do cordel. Caros Amigos, São Paulo, n. 119, p. 45, fev/2007.

Resenha

“O grande poeta da primeira abolição”

Por Juliamaris Oliveira

O artigo fala dos folhetos de cordel dedicados ao grande poeta da abolição Castro Alves.

O autor comenta que vários intelectuais brasileiros estão cobrando em textos recentes uma nova abolição e cita o escritor Cristovam Buarque que começou essa nova critica publicando há pouco mais de dois anos “Os Estrangeiros”, segundo o autor neste há criticas sobre a violência, desemprego, fome, prostituição infantil etc.

Nicodemus cita fatos sobre a abolição da escravidão e as influências dos escritores brancos: o pernambucano Joaquim Nabuco e o baiano Antônio de Castro Alves.

Castro Alves é homenageado em centenas de folhetos, ele morreu em 1871, aos 24 anos de idade e havia publicado apenas um de seus livros, “Espumas Flutuantes”. “Hinos do Equador”, “Gonzaga”, “A revolução de minas” e “Os escravos e a cachoeira de Paulo Afonso” são obras póstumas. Castro Alves nasceu em 14 de Março de 1847 e escreveu desde a adolescência.

Comentário: Texto breve, com informações sobre um autor conhecido. Aspectos relevantes: trechos da poesia do autor citado que retratam o tema tratado, porém Nicodemus nos fornece informações desnecessárias no texto e nos dá informações incompletas. Ex.: Cita outros autores como exemplo, mas sem dar as referências bibliográficas.

PESSOA, Nicodemos. O grande poeta da primeira abolição. Caros Amigos, São Paulo, n. 87, p. 30, junho/2004.

Sunday, September 20, 2009

Resenha

“Nas vilas e nas feiras, os críticos do sertão”

Por Juliamaris Oliveira


O artigo fala sobre um recente livro descoberto do pernambucano Liêdo Maranhão de Souza “Classificação Popular da literatura de cordel”, editado em 1976. Neste livro Liêdo faz um relato de suas “andanças” pelas feiras e mercados do estado do Nordeste e o contato com poetas e editores de folhetos, conta como funciona o mercado dos livretos e a classificação crítica dos mesmos. Este livro foi elogiado por Ariano Suassuna.
Nicodemus comenta sobre a importância trazida ao estudo da literatura francesa e espanhola na literatura de cordel, mas sem desmerecer a autenticidade de nossos autores, o próprio Ariano Suassuna, Cavalcanti Proença, Orígenes Lessa, Roberto Câmara Benjamim e Carlos Alberto Azevedo.
Segundo o autor o “batismo” do folheto varia de região para região. Em algumas é chamado de livrinho de feira, em outras de livro, folheto ou romance. Os mais magrelos de 16 páginas permanecem folhetos, daí em diante romance.
A classificação por assunto reúne muitos títulos, uns trinta pelo menos. Conselhos aos de santidade e profecias, gracejo, carestia, de pelejas, de bravura e valentia, corrução (no Nordeste sem o p de corrupção) e até safadeza e putaria, os chamados cordéis eróticos. O livro apresenta 23 folhetos, texto integral.
Liêdo nasceu em Recife em 1925, estudou medicina. Escreveu também “O mercado da parca e a cultura popular do nordeste” (1975), “O povo, o sexo e a miséria ou O homem é sacana” (1980), “Marketing dos camelôs do Recife” (1996) e “O folheto popular, sua capa e seus ilustradores” de 1993.
Comentário: Texto breve. Aspectos relevantes: Trechos da poesia que tratam do tema tratado. Ex.: Nicodemus cita três poesias, uma sobre conselho, outra sobre corrução e outro erótico que é anônimo, segundo o autor por medo da censura.

PESSOA, Nicodemos. Nas vilas e nas feiras, os críticos do sertão. Caros Amigos, São Paulo, n. 90, p. 44, set/2004.

Resenha
“Hora de rezar. Pra Padim Ciço e Frei Damião”

Por Juliamaris Oliveira

O artigo fala sobre dois missionários do sertão: o italiano Pio Gianotti “Frei Damião” e o Padre Cicero Romão Batista “Padim Ciço” que são personagens de muitos folhetos.
Padim Ciço nascido no Crato, tornou-se famoso em Juazeiro do Norte. Era considerado santo e foi citado também em forma de protesto em vários folhetos.
Expedito Sebastião escreveu quando queriam canonizá-lo “A opinião dos romeiros sobre a canonização de Padre Cícero”.
Um outro Expedito, este Freire da Silva, do Rio Grande do Norte não o considera apenas como santo, mas prevê que um dia ele voltará a Juazeiro. Rodolfo Coelho Cavalcante escreveu o folheto “A volta de Padre Cicero Romão Batista.
Frei Damião nasceu em Bozzano em Roma e no Brasil ficou conhecido como Frei Damião. Coelho Cavalcanti o vê como sucessor de Padim Ciço e escreveu “Frei Damião – O missionário do Nordeste”.
Mark Curran escreveu sobre Rodolfo em um de seus livros e discorda de Expedito Sebastião Silva sobre a canonização de Padim.
Também é citado José de Costa Leite, paraibano de Sapé, “Frei Damião sonhou com Padre Cicero”.
Comentário: Texto breve. Aspectos relevantes: trechos de poesias sobre o tema tratado, porém Nicodemus nos dá informações desnecessárias e nos dá informações incompletas. Ex.: cita autores sem dar referências bibliográficas.

PESSOA, Nicodemos. Hora de rezar. Pra Padim Ciço e Frei Damião. Caros Amigos, São Paulo, n. 86, p. 44, maio/2004.

Resenha
“Cordel que canta só amor pela metrópole”
Por Juliamaris Oliveira

O artigo fala das homenagens do cordel aos 450 anos de São Paulo.
O autor cita os dois livros mais recentes sobre o cordel em São Paulo: “A literatura de cordel em São Paulo”, de Joseph Maria Luyten (1981) e “Presença de cordelistas e cantadores repentistas em São Paulo” de Assis Ângelo (1996), ambos são paulistanos.
Outros poetas também enviaram folhetos pelo correio e não vieram somente do Nordeste, vieram também de vários estados do Brasil. Cecília Maria Rodrigues Nahas (Rondônia), Aparecido Balbino de Freitas (Mogi das Cruzes), Gilmar Ferreira (Sergipe), Sinjenando Cerqueira Lima (Alagoas) e Acopiará Francisco Salvino da Cruz (Ceará).
O livro “Paixão por São Paulo”, organizado por Luiz Roberto Guedes reúne cerca de setenta poetas vivos e mortos, não somente paulistanos, mas de muitos estados e até da Europa.
Comentário: Texto breve. Aspectos relevantes: trechos da poesia que retratam o tema tratado, porém Nicodemus nos fornece informações deslocadas no texto e nos dá informações incompletas. Ex.: Cita autores como exemplo, mas sem dar as referências bibliográficas talvez pela efemeridade do meio utilizado.

PESSOA, Nicodemos. Cordel que canta só amor pela metrópole. Caros Amigos, São Paulo, n. 89, p. 38, ago/2004.

Literatura de Cordel Digitalizada: preservação e disseminação do acervo da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina
As bibliotecárias Laudicena de Fátima Ribeiro, Izabel Maria de Aguiar, Maria Aparecida Letrari, Dirce Fernandes e Eliane Jovanovich participaram do XV Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU), na cidade de São Paulo, de 10 a 14 de novembro.
Elas apresentaram o trabalho Literatura de Cordel Digitalizada: preservação e disseminação do acervo da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina e publicaram um artigo com o mesmo nome que pode ser lido na íntegra aqui.

Thursday, June 05, 2008

Resenha

“Nas ruas da Bahia, dois Atores do Cordel”
Nicodemos Pessoa - por Laís Santana

O autor Nicodemus Pessoa homenageia dois repentistas de renome na Bahia, Rodolfo Coelho Cavalcante e José Gomes.
Coelho Cavalcante (1919-1986), considerado um dos nomes mais marcantes da literatura popular do nordeste, nascido no estado de Alagoas, trabalhou como jornalista, editor e poeta. Teve uma infância conturbada, o pai era alcoólatra e o avô, que foi dono de escravos, tratava-o duramente, fatos estes que o levaram a fugir de casa por diversas vezes.
Em 1934, aos 15 anos, começa uma carreira de viajante e de artista de circo, que iria durar até 1942, quando se iniciou na literatura de cordel. Nas noites do circo, nasceu não apenas o poeta, mas também o misto de ator e camelô que vendia seus próprios folhetos na banca do Mercado Modelo, em Salvador; que anos depois mereceu fotos do grande Pierre Verger, em seu livro “Retratos da Bahia” (1980), e também exaltações em alguns textos de Jorge Amado.
Essas e outras histórias do poeta estão no livro “A presença de Rodolfo Coelho Cavalcante na Moderna Literatura de Cordel”, escrito pelo professor norte-americano Mark J. Curran, da universidade do Arizona.
Nicodemus relata que a antologia de Cavalcante reúne desde homenagens a sua terra natal (Alagoas) e sua terra amada (Bahia) a alguns baianos ilustres, como poeta abolicionista Antônio de Castro Alves e o escultor Caribé.
José Gomes, também conhecido pelo pseudônimo de Cuíca de Santo Amaro, é o outro grande autor de cordel que andou pelas ruas da Bahia, homenageado por Nicodemus. Gomes freqüentemente, aparecia nas ruas vendendo folhetos, com aparência muito especial, muitas vezes vestido de fraque, chapéu e óculos escuros. Assim como Cavalcante é um dos ícones do livro de Pierre Verger.
Gomes escreveu uma variedade de folhetos, neles predomina o retrato jornalístico, principalmente, a descrição de episódios envolvendo políticos baianos, e um dos destaques de sua produção é o folheto “O Testemunho de Getúlio”.
De um modo geral, Nicodemus apresenta com grande admiração e entusiasmo esses dois ícones baianos, apresentando trechos de obras de ambos, no entanto, é extremamente sucinto quando se refere a José Gomes, fornecendo poucas informações a seu respeito.

PESSOA, Nicodemos. Nas ruas da Bahia, dois Atores do Cordel. Caros Amigos, São Paulo, n. 85, p. 44, abr/2004.

Resenha
“São Paulo 450 anos, Homenagens de Cordel”
Nicodemos Pessoa - por Laís Santana

O autor apresenta uma pequena antologia da presença da cidade de São Paulo em páginas dos livretos de cordel, no aniversário de 450 anos da cidade. Os fragmentos utilizados foram, em sua maioria, retirados de dois livros: “A Leitura de Cordel em São Paulo” (1981), de Joseph Maria Luyten, e “Presença de Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo” (1996), escrito por Assis Ângelo.
Após apresentar os responsáveis pela coletânea, Nicodemus parte para os repentes. O primeiro é um improviso do violeiro paraibano Sebastião Marinho, em noitada no Brás. Nesse repente, é articulada a variedade culinária nordestina, que esta intrinsecamente adaptada ao cotidiano paulista.
O segundo repente condensa os prazeres etílicos da megalópole, nos versos de Otacílio Batista, conhecido também como o grande Otacílio do Pajeú das Flores.
Os migrantes que escolheram São Paulo como nova morada também estão presentes nos versos de uma dezena de folhetos, principalmente suas alegrias e tristezas. Os folhetos mais conhecidos, dentre tantos, são: “Ilusões de um Nordestino na Capital de São Paulo”, de José Dalvino de Souza; “O Nordestino no Sul”, de Franklin Cerqueira Machado; “O que faz o Nordestino em São Paulo”, de João A. de Barros (também conhecido como Jotabarros); e “São Paulo, a Canaã do Nordeste”, de Bernardino de Sena.
Nicodemos relata que o poeta e xilogravador pernambucano A. Barros, em seu folheto compõe uma seqüência de elogios à cidade, porém, sua visão é exageradamente otimista. O também pernambucano B. de Sena não é muito diferente, no entanto, em sua poesia afirma que a cidade de São Paulo é injusta com os aqueles que não tem emprego. O baiano F. Machado mostra-se mais tolerante (na visão de Nicodemus) com a realidade, em seus versos coloca que, independentemente da origem do indivíduo, a vida na “cidade grande” é difícil em relação ao trabalho.
No fim de seu artigo Nicodemos mostra versos de uma gemedeira (um gênero do repente para os temas engraçados) de Sebastião Marinho com o pernambucano Andorinha. Apresenta também o cordelista Leandro Gomes de Barros, com versos que narram seu lamento por ter deixado sua pequena terra natal no sertão da Paraíba.
Nicodemos Pessoa, relata o modo como a cidade de São Paulo é mencionada nos folhetos de cordéis. Reúne nomes de cordelistas importantes do cenário popular do país, utilizando alguns trechos de versos para ilustrar as distintas relações que esses autores possuem com a “cidade grande”, fornecendo assim, para o leitor um panorama da presença da cidade de São Paulo na literatura de cordel.


PESSOA, Nicodemos. São Paulo 450 anos, Homenagens de Cordel. Caros Amigos, São Paulo, n. 82, p. 45, jan/2004.

Tuesday, March 25, 2008

Resenha

“Pequena Antologia de um Gênio do Sertão” de Nicodemos Pessoa.
Por Isadora Vidal

O autor Nicodemos Pessoa conta brevemente a história do poeta Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré.
Nascido em Serra de Santana, um sítio próximo a Assaré no Ceará, recebeu o apelido graças a um pássaro conhecido por seu canto, a Patativa. Foi também por seu canto que ficou conhecido Patativa do Assaré. Em noventa anos de produção, vários livros foram publicados com obras do poeta, como: “Cante lá que Eu Canto cá – Filosofia de um Trovador Nordestino”, lançado nos anos 70 e que contém uma pequena autobiografia; “Inspiração Nordestina”, de 1956; E “Cantos de Patativa”, de 1966.
Seus poemas foram musicados por artistas como Raimundo Fagner (Cabra da Peste) e Luiz Gonzaga (Triste Partida, 1964) de quem Patativa era um grande admirador. Outro ídolo era o poeta Juvenal Galeno da Costa e Silva (1836 – 1931). O cearense de Fortaleza e autor “Lendas e Canções Populares” (1865) era freqüentemente homenageado por Patativa. Além de musicados, seus versos também foram tema de livros, como o escrito pelo jornalista Assis Ângelo, “O Poeta do Povo – Vida e Obra de Patativa do Assaré”.
As duas grandes musas de seus poemas eram a própria cidade de Assaré, que freqüentemente é citada, e sua filha Ana, que morrera aos seis anos de idade. A morte de Nanã (como costumava chamar a filha) era sua maior tristeza e esta mágoa aparecia comumente em seus versos.
Nicodemos Pessoas retrata esta figura que é, sem dúvida, um dos nomes mais conhecidos da literatura popular brasileira com carinho e admiração. O autor utiliza alguns trechos de poemas de Patativa para ilustrar a matéria e, apesar de falhar ao não detalhar alguns aspectos das informações dadas, como sobre os livros que ele cita, a figura do grande poeta é bem traçada e a imagem do “homem sisudo” e “de poucos sorrisos”, mas que cantava o amor pela sua terra, a tristeza do retirante e sua própria tristeza fica formada na mente do leitor.

PESSOA, Nicodemos. Pequena antologia de um gênio do sertão. Caros Amigos, São Paulo, n. 78, p. 45, julho/2003.

Resenha

“De Guerras e de Correções” de Nicodemos Pessoa.
Por Isadora Vidal

O autor Nicodemos Pessoa traça um paralelo entre um livro de um autor britânico e o trabalho de cordelistas que se utilizam da mesma temática pacifista. O autor britânico em questão é Milan Rai, um pacifista que em seu livro, “Iraque – Plano de Guerra” (lançado pela editora Bertand do Brasil) critica a campanha de propagandas feitas em favor da invasão do Iraque pelos Estados Unidos e as mentiras contadas por George W. Bush e Tony Blair.
Enquanto o livro chegava aos leitores brasileiros, os folhetos de cordel davam conta de transmitir a mesma mensagem na linguagem popular. O poeta pernambucano Francisco Oliveira de Melo, o Oliveira de Panelas, critica também a invasão do Iraque em seu folheto “Bush, Ditador do Mundo. Gigante dos Pés de Barro.” Já os cearenses Geraldo Amâncio e Klévisson Viana criticam os grandes mandantes da guerra, Bush, Blair e Saddam Hussein no folheto “O Conflito do Iraque e os 3 Tiranos da Guerra” (editado em Fortaleza pela Tupynanquim) que também foi gravado pela Rádio Capital no programa apresentado por Assis Ângelo, São Paulo, Capital Nordeste e será lançado em CD.
Outros conflitos como a guerra das Malvinas e os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos também são lembrados, como mostram os cordéis de Téo Macedo, “O Drama da Guerra das Malvinas” e o de Klévisso Viana e Arievaldo, “O Sangrento Ataque Terrorista que Abalou os EUA”. A guerra também é lembrada quando pacifistas são elogiados, como no caso do folheto de João Dantas, que não é nomeado pelo autor da matéria, mas que homenageia a candidatura do presidente francês Jacques Chirac ao Prêmio Nobel da Paz. O folheto, com capa do xilogravurista Antônio Lucena, foi entregue ao primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin pelo jornalista brasileiro Carlos Marques em Paris.
Pessoa exemplifica os folhetos que cita com trechos de cada um deles, mas não fornece muitas informações sobre os poetas citados. No entanto, nesta matéria, isto não chega a ser um problema, visto que o ponto discutido é exclusivamente a temática de cada um destes cordéis. O autor mostra que temas atuais e mesmo distantes são também utilizados pelos poetas populares e os folhetos nas feiras cumprem, então, um papel jornalístico e informativo.

PESSOA, Nicodemos. De guerras e de correções. Caros Amigos, São Paulo, n. 74, p. 45, maio/2003.

Resenha

“Homenagem aos mestres do repente” de Nicodemos Pessoa.
Por Isadora Vidal

O autor Nicodemos Pessoa faz uma homenagem a dois repentistas: Severino Lourenço da Silva Pinto e Rogaciano Leite.
Severino Pinto, ou Pinto de Monteiro, uma alusão à sua cidade natal, foi considerado por Otacílio Batista na “Antologia ilustrada dos Cantadores” (escrita em parceria com Francisco Linhares, edição da Universidade Federal do Ceará, 1982) o maior repentista de todos os tempos.
Outra antologia, “Literatura de Cordel” (publicada em 1982 com patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil), com apresentação de Gilberto Freyre, traz o encontro entre Pinto e Severino, o Milanês, outro repentista, no cordel intitulado: “Peleja de Pinto com Milanês”.
Rogaciano Leite, de São José do Egito, formou-se em jornalismo, chegou a tentar carreira diplomática e como repórter chegou a ganhar um prêmio Esso. Apesar de seu perfil diferenciado, o de um intelectual, era um poeta popular. Escreveu também letras de músicas, como “Cabelos cor de Prata” em parceria com Silvio Calda, e sonetos publicados em seu livro “Carne e Alma”. Seus temas refletiam principalmente a amargura que sentia em relação à cidade onde nasceu.
O autor exemplifica muito bem as características atribuídas a cada poeta com trechos de obras de cada um deles, no entanto, dá poucas informações sobre os temas abordados por Severino Pinto, citando apenas seu humor extraordinário e sua malícia. Também fornece poucas informações sobre a vida de Rogaciano Leite, não provendo sequer informações sobre o livro do poeta que ele cita (“Carne e Alma”).

PESSOA, Nicodemos. Homenagem aos mestres do repente. Caros Amigos, São Paulo, n. 72, p. 28, março/2003.

RESENHA
“As andanças (algumas) do cangaceiro maior” de Nicodemos Pessoa .
Por Laís Santana

O autor fala a respeito de Virgulino Fereira da Silva, o Lampião.
Lampião nasceu no estado de Pernabuco, quanto à data de seu nascimento há duas: Segundo o “Dicionário do Folclore Brasileiro” de Câmara Cascudo, Lampião nasceu no dia 7 de julho de 1897, porém em um site assinado por sua neta, Vera Ferreira existe uma correção do ano, que seria 1898. Esse mesmo site conta um pouco de sua infância, e diz que Virgulino teve uma vida comum, como a de qualquer criança de sua idade.
Um outro lado da infância de Lampião pode ser encontrado em versos, quase que no estilo cordel, do pernambucano Carlos Pena Filho (1926-1960), nesses versos pode-se perceber certa dificuldade em separar o lampião real de sua lenda.
Câmara Cascudo em seu dicionário escreve um verbete dedicado também a Virgulino. Cid Sabóia de Carvalho, jornalista e ex-senador, na apresentação da nova edição do livro “No tempo de Lampião” diz que atualmente a figura de Lampião é vista de outra forma, segundo ele a população brasileira vê Virgulino como um herói bárbaro protesto.
Sabóia acredita que uma parte da sociedade gostaria de vê-lo no inferno, e outra absorveu Lampião. Um folheto do alagoano José Pacheco mostra “A chegada de Lampião ao inferno”; por outro lado, o também alagoano Rodolfo Coelho Cavalcante opta por não castigá-lo, e escreve “A chegada de Lampião no céu.”.
De uma forma geral, o texto escrito por Nicodemus é bom, pois consegue mostrar o quão importante é a figura de Lampião para a cultura brasileira, se tornando temas de folhetos de cordéis, tendo espaço em livros, como no “Dicionário do Folclore Brasileiro”, de Cascudo e sendo tema de livros, como o do cearense Leonardo Mota. Por outro lado, Nicodemus falha por fazer citações irrelevantes, o que deixou o texto muito superficial em alguns momentos. Outra falha, a meu ver, é a apresentação desordenada dos fatos, o que acaba tornando o texto uma leitura não fluida.

PESSOA, Nicodemos. As andanças (algumas) do cangaceiro maior. Caros Amigos, São Paulo, n. 83, p. 22, fev/2004.

Monday, August 06, 2007


Literatura de cordel: história e memória do Brasil

Neuza A. S. Mello[1]

A literatura de cordel é uma manifestação cultural, rica em estrutura, personagens e narrações, muito comum no norte e nordeste do país. De acordo com Curran (1991, p. 9), este tipo de literatura existe no país provavelmente desde o século XVI e XVII, quando “trazida pelos colonizadores portugueses”. Com o decorrer do tempo sofreu influências regionais e no século XIX assumiu a forma utilizada até os dias de hoje.

Embora esta literatura tenha se fixado mais no norte e nordeste do Brasil, ela não se restringiu a estas regiões, com o processo migratório, atingiu diferentes localidades do país e obteve certa consagração na década de 50.

De acordo com Almeida (1980, p. 35), a junção entre forma escrita e oral aliada á linguagem contextualizada com a vivência regional, agradava ao público e rendia sucesso ao cordel, o que também contribuía para que o mesmo fosse empregado de forma ideológica, embora não se vinculasse a grupos e sim a criadores individuais.

“Enquanto Suassuna utilizava o folheto como voz “popular” dirigida a um público nacional e culto, em 1959 é publicado um trabalho onde as virtudes pedagógicas dos folhetos são avaliadas, pensando-se neles como meio de incutir ao homem do campo noções modernas (higiene etc.) e ao mesmo tempo “orgulho” pelas suas tradições (tratava-se de frear o êxodo rural)”
(Almeida, 1980, p;. 35)

Por meio dos cordéis, os poetas expressavam o pensamento popular e sua visão de sociedade, a qual não poderia ser diferente, por vezes conflitante, o que rendeu a seus autores até mesmo perseguição política.

Nos anos que se seguiram, a modernização do país em conjunto com a crise econômica, contribuiu para a decadência da literatura de cordel. Embora tenha se criado um novo público neste período, formado por pessoas advindas de outras classes sociais, o cordel perdeu expressão, porém ainda permanece vivo e nos serve como inspiração no que se refere à comunicação de idéias.

A literatura de Cordel além de ser um instrumento de expressão e comunicação de idéias, tem se mostrado como um instrumento de questionamento e de registro da própria história do país. Por meio dos folhetos, as localidades mais remotas recebiam informações sobre acontecimentos relevantes do país e sobre os mais diversos assuntos. Estes folhetos tinham como característica a postura crítica de seus autores.

Em entrevista recente o ator e cantor brasileiro Jackson Antunes, de origem mineira, destacou a importância da literatura de cordel na sua formação pessoal, ele relembrou que na sua região de origem o acesso à informação era restrito e que as pessoas com menor poder aquisitivo, a exemplo dele próprio, só tinha acesso aos acontecimentos por meio da literatura de cordel. Tais relatos confirmam o argumento de que dentre as diversas contribuições da literatura cordel, destaca-se sua importância como instrumento de registro histórico, contribuindo com a informação e formação de várias gerações.

Dentre os diversos autores que se dedicaram e ainda se dedicam a Literatura de Cordel, destaca-se dentro da perspectiva histórica e crítica o cordelista Gonçalo Ferreira da Silva. Embora, este autor tenha se destacado pela abrangência dos temas que aborda, o mesmo escreveu diversos cordéis sobre temas políticos, registrando momentos importantes da história recente.

Dentro da linha política destaca-se temas como:

Procura-se um presidente para o lugar de Sarney;
Getúlio Vargas;
Inglaterra e Argentina em guerra pelas Malvinas;

Além de registrar momentos importantes da política nacional e internacional em seus versos, o autor também registrou momentos que marcaram significativamente outros campos, como o esporte e a música, cordéis como "A morte de Senna" e o "Acidente que matou os Mamonas" fazem parte da produção do autor e representam o grande interesse deste pelos fatos importantes da nossa história.

Além de Gonçalo Ferreira, outros autores também se dedicaram a cordéis sobre temas históricos. Antonio Carlos Carvalho da Silva, Luis Melo e Eronilde de Oliveira Rosa são exemplos de autores que abordaram em seus cordéis aspectos da história regional.

Estes e outros cordéis sobre temas históricos podem ser encontrados na Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina e a leitura dos mesmos nos dá a dimensão da contribuição que deste tipo de literatura deu e ainda pode dar ao país quanto ao processo de informação e formação das gerações.


REFERÊNCIAS


CHARTIER, Roger. A história cultural. RJ. Bertand Brasil, 1985 (cap. VI pg. 165 – 187).

CURRAN, Mark J. A literatura de cordel: Antes e Agora.

Universidade Estadual de Londrina. Biblioteca Central. Literatura de Cordel: catálogo do acervo da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina/ organização Gisele Helena dos Santos Silva, Izabel Maria de Aguiar e Francisca Sancevero. – Londrina : Ed. Da UEL, 1997.

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[1] Docente do Departamento de Educação, Universidade Estadual de Londrina – Integrante do Grupo depesquisa em Literatura de Cordel – Email: nasmello@yahoo.com.br

Sunday, August 05, 2007

LITERATURA DE CORDEL PARA CRIANÇAS

Izabel Maria de Aguiar

Alguém pode estar se perguntando: o que é mesmo cordel? Então vamos começar pelo início. A denominada Literatura de Cordel ou os Folhetos de Cordel são um tipo de poesia narrativa e popular, escrita em versos rimados e metrificados, geralmente impressos em papel jornal, no tamanho usual de 11cm X 16cm. Possui número variado de páginas, sempre múltiplas de 4, em geral 8, 16, 32, 48 ou 64 páginas. Seus versos contam histórias do reino do encantado, do boi misterioso, de valentia, política, fatos reais... De origem portuguesa, este modelo de literatura expandiu-se, e hoje tem público garantido, fiel às formas fixas da poesia que se apresenta em um formato editorial singular. Muito consagrado no Nordeste brasileiro, os folhetos são respeitados em todo o mundo por ser uma espécie de elo vivo entre a história contemporânea e a medievalidade européia dos trovadores.
Constatamos hoje, que a literatura produzida para crianças conta com uma grande variedade de gêneros e temas em suas publicações, e que o contato com diferentes suportes de leituras (livros, jornais, revistas, Internet, etc.) e com variados gêneros e modalidades textuais, tornarão os leitores iniciantes, mais aptos para a leitura do mundo e da palavra.
Dentre os diferentes suportes de leitura, temos a literatura de cordel. E entre alguns autores que se dedicam ao cordel infantil, vamos falar sobre Raimundo Santa Helena, por ser ele o primeiro poeta a escrever um cordel infantil.
Depois de mais de 430 folhetos de poesia de cordel publicados em diversas línguas, o cordelista Raimundo Santa Helena resolveu investir na formação de novos leitores.
Em 1984, escreveu o primeiro cordel infantil. Depois de escrito, o autor conta que mostrou os originais datilografados ao poeta Carlos Drummond de Andrade. É costume que os cordéis só tenham uma ilustração, geralmente uma xilogravura: a da capa. Mas Drummond aconselhou Santa Helena a publicar o folheto de cordel com uma xilogravura por página. Sugeriu que não fossem usados desenhos de livros infantis e sim as imagens talhadas em madeira, como manda a tradição. Apesar da vontade, o cordelista não podia arcar com os custos das várias xilogravuras que pretendia colocar no folheto. Lançou então, em uma produção artesanal, 6 mil exemplares da 1a edição, com desenhos de Ênio Mota.
O relançamento com novo formato, ilustrado com xilogravuras e não desenhos, só foi possível quando a Editora Entrelinhas se prontificou a publicá-lo.
"O menino que viajou num cometa" é uma delicada preciosidade para as crianças e adultos. Cita personagens históricos, como Joana D'Arc e Tiradentes, e fala de Saúde, de Astronomia e da igualdade entre homens e mulheres. Mas, independente do seu caráter didático, traz uma divertida história de Brasilenho, menino que pega uma carona celeste e como "anjo foguete" chega à lua.

"Sou chamado Brasilenho
Meu nascimento se deu
Num campo de futebol
Quando meu time venceu
E mamãe pulou buchuda!
Numa bandeira graúda
O papai me protegeu..." (p.5)

Você que saber mais? Ah! Você vai ter que ler para saber o final da história!!!

Link para o cordel na íntegra: "O menino que viajou num cometa" de Raimundo Santa Helena - http://www.museudofolclore.com.br/

A Biblioteca Central da UEL possui a 1a edição, com desenhos e não xilogravuras.

Artigo publicado em setembro de 2004 na coluna Literatura Infanto-Juvenil de Sueli Bortolin, no endereço: http://www.ofaj.com.br/
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Izabel Maria de Aguiar - Bibliotecária da Biblioteca Central da UEL e integrante do Grupo de Pesquisa em Literatura de Cordel - mailto:aguiar.uel.br.