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Thursday, June 05, 2008

Resenha
“São Paulo 450 anos, Homenagens de Cordel”
Nicodemos Pessoa - por Laís Santana

O autor apresenta uma pequena antologia da presença da cidade de São Paulo em páginas dos livretos de cordel, no aniversário de 450 anos da cidade. Os fragmentos utilizados foram, em sua maioria, retirados de dois livros: “A Leitura de Cordel em São Paulo” (1981), de Joseph Maria Luyten, e “Presença de Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo” (1996), escrito por Assis Ângelo.
Após apresentar os responsáveis pela coletânea, Nicodemus parte para os repentes. O primeiro é um improviso do violeiro paraibano Sebastião Marinho, em noitada no Brás. Nesse repente, é articulada a variedade culinária nordestina, que esta intrinsecamente adaptada ao cotidiano paulista.
O segundo repente condensa os prazeres etílicos da megalópole, nos versos de Otacílio Batista, conhecido também como o grande Otacílio do Pajeú das Flores.
Os migrantes que escolheram São Paulo como nova morada também estão presentes nos versos de uma dezena de folhetos, principalmente suas alegrias e tristezas. Os folhetos mais conhecidos, dentre tantos, são: “Ilusões de um Nordestino na Capital de São Paulo”, de José Dalvino de Souza; “O Nordestino no Sul”, de Franklin Cerqueira Machado; “O que faz o Nordestino em São Paulo”, de João A. de Barros (também conhecido como Jotabarros); e “São Paulo, a Canaã do Nordeste”, de Bernardino de Sena.
Nicodemos relata que o poeta e xilogravador pernambucano A. Barros, em seu folheto compõe uma seqüência de elogios à cidade, porém, sua visão é exageradamente otimista. O também pernambucano B. de Sena não é muito diferente, no entanto, em sua poesia afirma que a cidade de São Paulo é injusta com os aqueles que não tem emprego. O baiano F. Machado mostra-se mais tolerante (na visão de Nicodemus) com a realidade, em seus versos coloca que, independentemente da origem do indivíduo, a vida na “cidade grande” é difícil em relação ao trabalho.
No fim de seu artigo Nicodemos mostra versos de uma gemedeira (um gênero do repente para os temas engraçados) de Sebastião Marinho com o pernambucano Andorinha. Apresenta também o cordelista Leandro Gomes de Barros, com versos que narram seu lamento por ter deixado sua pequena terra natal no sertão da Paraíba.
Nicodemos Pessoa, relata o modo como a cidade de São Paulo é mencionada nos folhetos de cordéis. Reúne nomes de cordelistas importantes do cenário popular do país, utilizando alguns trechos de versos para ilustrar as distintas relações que esses autores possuem com a “cidade grande”, fornecendo assim, para o leitor um panorama da presença da cidade de São Paulo na literatura de cordel.


PESSOA, Nicodemos. São Paulo 450 anos, Homenagens de Cordel. Caros Amigos, São Paulo, n. 82, p. 45, jan/2004.

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